Morar com tranquilidade, segurança, próximo de shoppings, ruas com boa infraestrutura, supermercados, pontos turísticos... É o que todo cidadão sonha para si e sua família. Mas os preços dos imóveis em bairros do centro da capital paraense estão muito altos. Os bairros mais procurados para morar: Umarizal, Nazaré, Batista Campos.
A Relações Públicas Viviane Viegas, 26, natural de Monte Dourado, região Norte do Pará, mora há oito anos em Belém. Ela veio para Belém para trabalhar e estudar. Desde que chegou na capital paraense mora no bairro de Nazaré. A forma que encontrou para morar em um bairro tranquilo e próximo de estabelecimentos comerciais foi morar em um espaço menor. “Aluguei um kit net, pago R$ 600,00 e moro em um local bem localizado. Certamente se eu fosse alugar um imóvel um pouco maior que o meu o preço seria duas vezes maior” afirma a Relações Públicas.
Já o Técnico em Informática Rafael Barros, tenta sair da periferia de Belém para morar no centro da cidade, mas os altos preços dos imóveis vêm conseguindo adiar o sonho de Rafael. “Atualmente moro em Icoaraci, pretendo morar em um bairro um pouco mais próximo do centro da cidade, mas os preços estão exorbitantes, assim fica um pouco complicado e está fora de minha realidade financeira”, completa Rafael.
Para uma família de classe média, comprar um imóvel na região central de Belém é tarefa praticamente impossível. Que o diga a jornalista Helaine Cavalcante, de 21 anos. Há algum tempo, ela e a família – composta por cinco pessoas – estão tentando sair do bairro do Guamá, onde vivem, para uma casa ou apartamento em outro ponto da cidade. Começaram a procurar no centro, mas logo desistiram da idéia, pois, no local, uma casa “simples”, com dois ou três quartos, como diz a jornalista, não sai por menos de R$ 200 mil. Um apartamento, então, nem se fala. Agora, Helaine busca um imóvel em áreas de expansão, como a rodovia Augusto Montenegro. “Lá, pelo menos, nós já encontramos apartamentos na faixa de R$ 100 a R$ 150 mil, muito mais dentro da nossa realidade”, explica.
Histórias como a de Helaine são, hoje, bastante comuns. Isso se deve ao fato de as áreas centrais da cidade terem ficado, ao longo dos últimos anos, cada vez mais valorizadas. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) do Pará e Amapá, Jaci Colares, em bairros como Umarizal, Batista Campos, Nazaré e Marco o preço do metro quadrado gira entre R$ 3 mil e R$ 4,5 mil. A maioria dos empreendimentos localizados nesses pontos são adquiridos por investidores, tanto da cidade como de fora. “Felizmente, ainda há grandes investidores nesse país”, comemora Colares.
O fenômeno, segundo Colares, tem apresentado, no entanto, um efeito negativo para os corretores: a concorrência cresce a cada dia. Hoje, eles já são mais de cinco mil em todo o Estado. “Tem médico, advogado, engenheiro. Todo mundo quer ser corretor”, afirma, acrescentando que para o exercício profissional é preciso fazer um curso e obter o diploma junto ao Creci.
A enorme procura por residências em áreas centrais vem contribuindo para a especulação no setor imobiliário paraense. O diretor de uma corretora de Belém, José Colares Filho acredita que a grande procura por casas ou apartamentos em bairros, ditos nobres de Belém, propicia um aumento em até 50% em relação a outras áreas da cidade. “A procura por áreas nobres é muito grande e os proprietários de imóveis aproveitam a procura para elevar os preços. Em alguns casos, apartamentos ou casas chegam a custar o dobro do que em áreas centrais. Em cidades como Fortaleza, Porto Alegre e outras cidades, tanto o aluguel quanto a venda são bem mais baratos”, explica.
Já a professora de Arquitetura e Urbanismo, Alice Rodrigues, acredita que essa valorização demasiada do centro da cidade se deve a diversos fatores. Entre eles, a farta infraestrutura encontrada nesses locais, o que inclui o acesso a serviços públicos e privados. “A maior parte dos investimentos públicos se deu na área central da capital, até, no máximo, a avenida Júlio César, que constituem a primeira légua patrimonial de Belém. A área de expansão, que vai do Entrocamento a Icoaraci, só começou a ser trabalhada a partir das décadas de 80 e 90”, comenta.
O resultado disso é uma diferença gritante em termos de qualidade de oferta do centro em relação às regiões mais periféricas. E, embora atualmente, já exista um movimento de saída da área central, ele ainda é muito lento e tímido. “As pessoas preferem morar perto da escola dos filhos, do trabalho, e onde podem ter acesso a todos os tipos de serviço”, acredita.
Para a professora, uma das soluções para o problema seria criar pontos de atração longe do centro, como grandes projetos urbanísticos que ofertem, ao mesmo tempo, qualidade e infraestrutura. “Sem dúvida, falta uma visão mais abrangente e poder de articulação, principalmente por parte do poder público, que poderia buscar parcerias junto ao próprio setor privado, um dos mais interessados nessa expansão. Hoje, o poder privado só se aproveita das melhorias feitas pelo poder público. É preciso descentralizar a cidade”, observa.
(fonte: DOL)
Histórias como a de Helaine são, hoje, bastante comuns. Isso se deve ao fato de as áreas centrais da cidade terem ficado, ao longo dos últimos anos, cada vez mais valorizadas. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) do Pará e Amapá, Jaci Colares, em bairros como Umarizal, Batista Campos, Nazaré e Marco o preço do metro quadrado gira entre R$ 3 mil e R$ 4,5 mil. A maioria dos empreendimentos localizados nesses pontos são adquiridos por investidores, tanto da cidade como de fora. “Felizmente, ainda há grandes investidores nesse país”, comemora Colares.
O fenômeno, segundo Colares, tem apresentado, no entanto, um efeito negativo para os corretores: a concorrência cresce a cada dia. Hoje, eles já são mais de cinco mil em todo o Estado. “Tem médico, advogado, engenheiro. Todo mundo quer ser corretor”, afirma, acrescentando que para o exercício profissional é preciso fazer um curso e obter o diploma junto ao Creci.
A enorme procura por residências em áreas centrais vem contribuindo para a especulação no setor imobiliário paraense. O diretor de uma corretora de Belém, José Colares Filho acredita que a grande procura por casas ou apartamentos em bairros, ditos nobres de Belém, propicia um aumento em até 50% em relação a outras áreas da cidade. “A procura por áreas nobres é muito grande e os proprietários de imóveis aproveitam a procura para elevar os preços. Em alguns casos, apartamentos ou casas chegam a custar o dobro do que em áreas centrais. Em cidades como Fortaleza, Porto Alegre e outras cidades, tanto o aluguel quanto a venda são bem mais baratos”, explica.
Já a professora de Arquitetura e Urbanismo, Alice Rodrigues, acredita que essa valorização demasiada do centro da cidade se deve a diversos fatores. Entre eles, a farta infraestrutura encontrada nesses locais, o que inclui o acesso a serviços públicos e privados. “A maior parte dos investimentos públicos se deu na área central da capital, até, no máximo, a avenida Júlio César, que constituem a primeira légua patrimonial de Belém. A área de expansão, que vai do Entrocamento a Icoaraci, só começou a ser trabalhada a partir das décadas de 80 e 90”, comenta.
O resultado disso é uma diferença gritante em termos de qualidade de oferta do centro em relação às regiões mais periféricas. E, embora atualmente, já exista um movimento de saída da área central, ele ainda é muito lento e tímido. “As pessoas preferem morar perto da escola dos filhos, do trabalho, e onde podem ter acesso a todos os tipos de serviço”, acredita.
Para a professora, uma das soluções para o problema seria criar pontos de atração longe do centro, como grandes projetos urbanísticos que ofertem, ao mesmo tempo, qualidade e infraestrutura. “Sem dúvida, falta uma visão mais abrangente e poder de articulação, principalmente por parte do poder público, que poderia buscar parcerias junto ao próprio setor privado, um dos mais interessados nessa expansão. Hoje, o poder privado só se aproveita das melhorias feitas pelo poder público. É preciso descentralizar a cidade”, observa.
(fonte: DOL)
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Precisamos ficar de olhos bem abertos no Pará
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